Daniel Diau, Silvânia Aquino e Bell Oliver seguem como vocalistas da banda.

Bell Oliver, Silvânia Aquino e Daniel Diau — Foto: Reprodução/Instagram

Após morte de Paulinha Abelha, a banda Calcinha Preta anunciou, nesta sexta-feira (4), o retorno aos palcos no dia 11 de março. O grupo já havia anunciado que seguirá como trio com Daniel Diau, Silvânia Aquino e Bell Oliver.

O próximo show será no dia 11 de março, em Mata Roma (MA), seguido de Palmares (PE), no dia 12.

“Embora estejamos profundamente entristecidos pela perda precoce da querida Paulinha Abelha, o grupo manterá os seus compromissos de trabalho”, disse a nota do escritório responsável pela banda.

Em um vídeo postado nas redes sociais, Bell Oliver sobre a retomada. “Em respeito a vocês estamos passando pra anunciar o horário da nossa volta. Vai ser um dia muito difícil sem a nossa abelhinha, mas eu tenho certeza que vocês vão ser a voz dela junto com a gente”.

Daniel Diau agradeceu o público pela orações e pediu: “A gente vai precisar muito do apoio de vocês”.

Quem foi Paulinha Abelha
A cantora sergipana morreu aos 43 anos, na última quarta (23), após ter complicações renais e ficar internada por 13 dias em Aracaju. A família ainda não divulgou o laudo sobre o que causou a morte de Paulinha.

Paulinha Abelha teve uma trajetória de idas e vindas na banda e se consagrou como voz importante do forró eletrônico e ajudou a renovar o ritmo no Calcinha Preta.

Ela foi uma das maiores vozes do forró eletrônico ao cantar na banda por quase 20 anos.

O movimento que renovou o forró com uma roupagem pop há três décadas não seria o mesmo sem o poder de hinos como “Você Não Vale Nada”, “Louca Por Ti” e “Ainda Te amo”. Outro marco foi o refrão “Pauliiinha, me diz o que eu façooo…”

A comoção causada pela versão não autorizada de “WIthout You”, de Mariah Carey, cantada pelo colega Daniel Diau, enquanto Paulinha desfilava com visual de gala e cabelo esvoaçante, mostra como ela era uma artista adorada.

Natural de Simão Dias, em Sergipe, Paula de Menezes Nascimento Leça Viana começou a cantar ainda na infância em bandas do interior do estado. Ela fez parte dos grupos Flor de Mel e Panela de Barro.

O destaque nacional passou a acontecer quando ela entrou para a Calcinha em 1998 e se tornou umas das principais vozes do grupo.

A história na banda teve idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu.

Ela teve três passagens pela Calcinha Preta. Entrou em 1998 e ficou por 12 anos, período de maior sucesso do grupo, quando gravou os hits “Você Não Vale Nada”, “Louca Por Ti”, “Ainda Te amo” , “Baby Doll” e “Liga Para Mim”.

Paulinha saiu para tentar projetos com outros integrantes da Calcinha em 2010, mas não teve grande destaque na cena do forró. Ela voltou em 2014, mas ficou só dois anos.

Desde 2018, ela estava à frente da banda com Silvânia Aquino, Bell Oliver e Daniel Diau. Paulinha participou do Podcast g1 ouviu para falar sobre os 30 anos do forró eletrônico; ouça abaixo.

A Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.

Até a internação de Paulinha no dia 11, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.

Carta de fã virou música
No meio de tantos sucessos, “Paulinha” é uma das músicas que mais marcam a cantora sergipana.

“Paulinha, me diz o que é que eu faço? Paulinha, por que se casou?”, são versos cantados por Daniel Diau.

A letra é uma carta de um fã logo após a cantora se casar. Ela contou a história no podcast g1 ouviu sobre forró eletrônico.

“Essa música é de 2007, eu era recém-casada. O fã mandou uma carta e o empresário teve essa ideia de fazer uma versão. Na verdade, é paródia, mas a gente chama de versão”, contou Paulinha.

A música é uma versão de “Without You”, da Mariah Carey, seguindo uma tendência forte no forró da época de criar versões brasileiras para hits internacionais.

Além dessa, a Calcinha Preta fez “Como fui me apaixonar”, a partir de “Halo”, da Beyoncé, e “Louca por Ti”, de “Dust in the Wind”, do Kansas.
Por: G1/Se

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