A Delegacia Regional de Itabaiana concluiu o inquérito policial referente ao sinistro de trânsito que resultou na morte de um casal no dia 18 de outubro, na Rodovia João Paulo II (SE-170), próximo ao Loteamento Luiz Gonzaga. Durante a apuração, ficou constatado que o investigado — que permanece preso — conduzia o veículo em alta velocidade e utilizava o celular no momento da colisão fatal. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, evasão do local e por não prestar socorro às vítimas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (6).
De acordo com o delegado Felipe Andrade, entre os arquivos encontrados no aparelho celular do investigado havia uma filmagem gravada por ele mesmo segundos antes do impacto, mostrando o painel marcando velocidade de 140 km/h em uma via cuja máxima permitida era de 60 km/h.
Além dos indícios colhidos no momento do sinistro, a investigação identificou que o investigado mantinha um padrão de direção arriscada. “Vídeos mostraram o condutor em velocidades elevadas, ouvindo música alta e realizando registros durante a condução”, complementou o delegado Felipe Andrade.
Ainda no âmbito do inquérito policial, os laudos periciais emitidos pela Polícia Científica apontaram que as vítimas trafegavam corretamente no momento da colisão, sendo surpreendidas pela colisão do veículo conduzido pelo investigado. O impacto projetou o automóvel das vítimas por cerca de 80 metros.
A apuração policial também verificou que o depoimento do investigado acerca da saída do local do sinistro não condizia com a realidade dos fatos. “As diligências comprovaram que não havia risco que motivasse a evasão. A saída ocorreu após orientação de um terceiro não identificado, possivelmente para evitar prisão em flagrante”, enfatizou o delegado.
A fuga do local do sinistro de trânsito prejudicou, ainda, a possível confirmação de ingestão de bebida alcoólica, já que o investigado só se apresentou dias depois da ocorrência. “Com base em todas essas circunstâncias, o indiciamos por homicídio duplamente qualificado, evasão do local e por não prestar socorro às vítimas”, afirmou Felipe Andrade.
O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário, com participação do Ministério Público. A Polícia Civil reforça que práticas de trânsito inseguras são tratadas com rigor, especialmente quando colocam a coletividade em risco. Denúncias anônimas podem ser encaminhadas pelo Disque-Denúncia (181), com garantia de sigilo absoluto.
