Após anos de luta por reconhecimento, os indígenas da etnia Fulkaxó comemoram a criação da primeira reserva indígena em Sergipe, localizada entre os municípios de Neópolis e Pacatuba. Esta conquista representa um marco histórico para a comunidade, que há cerca de nove anos se estabeleceu na região, erguendo suas ocas e criando raízes.fOTO
O espaço atual da reserva possui 45 hectares, onde já residem 20 famílias, mas há planos de expansão para mais de 760 hectares. Com essa ampliação, espera-se que outras 100 famílias se mudem para o local, onde poderão viver principalmente da agricultura, garantindo assim a sustentabilidade e a preservação de suas tradições.
Hoje, o artesanato e o turismo comunitário são as principais fontes de renda dos Fulkaxó, que vendem suas peças tanto na aldeia quanto em outras cidades da região. Além disso, a comunidade recebe benefícios assistenciais do governo federal, mas ainda busca por melhorias em políticas públicas que atendam às suas necessidades.
O Cacique Tchiydouê, líder da comunidade, destaca a importância da reserva para a vida espiritual e material dos Fulkaxó: “Aqui tem tudo que nós precisamos para nossa convivência. Tanto espiritual, como material através das ervas sagradas que nós temos”, afirma.
A criação da reserva indígena foi resultado de um esforço conjunto entre a Funai, o Ministério Público Federal e o Governo do Estado de Sergipe. Antes de se estabelecerem em Sergipe, os Fulkaxó – uma união dos povos Fulni-ô (Pernambuco), Kariri (Alagoas) e Xocó (Sergipe) – residiam em Porto Real do Colégio, Alagoas.
Essa nova fase na história dos Fulkaxó marca não apenas a conquista territorial, mas também o fortalecimento cultural e a perspectiva de um futuro mais próspero para as próximas gerações.