As Unidades de Observação de Cacau na região sul estão em pleno desenvolvimento; constatação foi feita pela Emdagro, que comprovou a correta aplicação dos tratos culturais, a exemplo do coroamento e roçagem dos plantios, que em muitas áreas são feitos consorciados com as bananeiras

Quando se fala no plantio do cacau, ingrediente principal do delicioso chocolate, pensamos na região do sul da Bahia, pois foi lá onde o fruto encontrou o solo e clima mais propícios para sua produção em grande escala. Mas, há alguns anos, a produção do cacaueiro vem sendo realizada em território sergipano. Sim, nós temos cacau. 

Segundo o técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) Eduardo Cabral, em 2000, os agricultores sergipanos começaram a experimentar com o cultivo de cacau como uma alternativa aos altos custos de manutenção da cultura da laranja na região sul e centro sul do estado. “Os agricultores familiares do município de Arauá foram os pioneiros nesse cultivo. Em 2009, percebemos que vários agricultores familiares estavam com plantação em pequenas áreas na região sul do estado com comercialização lucrativa, ainda que incipiente, de amêndoas secas de cacau comercializadas no município de Floresta Azul, no sudoeste da Bahia”, explica o técnico.  

De acordo com o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jean Carlos Nascimento Ferreira. “Em 2022, foram instaladas nove Unidades de Observação com a cultura do cacau consorciada com bananeira, nos municípios de Arauá, Estância, Lagarto, Indiaroba, Umbaúba, Itabaianinha e Santa Luzia. A partir de então, mantemos a assistência técnica e o acompanhamentos das áreas com o cultivo do cacau na região. Acabamos de implementar, agora em julho de 2023, outra unidade produtiva em Boquim”, destaca o diretor.

Resultados
Numa recente visita de rotina a uma das Unidade de Observação de Cacau do Produtor, em Estância, onde 230 plantas foram implantadas, o técnico Cláudio Júnior comprovou que a unidade está devidamente identificada e que os tratos culturais, como coroamento e roçagem, foram realizados. “Nessa unidade, plantamos em área irrigada, há um ano. Agora, estamos observando os resultados. Houve alguma mortalidade, mas que está dentro do previsto no primeiro ano”, explica. 

O produtor Edson Souza, do Assentamento Vitória da União, em Santa Luzia do Itanhi, conta que, nessa unidade, 250 mudas implantadas estão sob observação há 12 meses. “Estamos há um ano trabalhando com essa variedade de cacau, nessa unidade demonstrativa. Algumas morreram, mas, no geral, tudo está saindo muito bem”. O grande diferencial, de acordo com o produtor, é o trabalho em parceria com a Emdagro, que acompanha o trabalho de perto, com o objetivo de incentivar a diversificação da fruticultura no território sergipano, de forma sustentável. “Junto com os técnicos estamos trabalhando para fazer algo diferenciado. Queremos fazer agroecologia, sem ‘veneno’. Na próxima semana, por exemplo, vamos aplicar um defensivo orgânico líquido”, relata, entusiasmado. 

Ainda conforme o balanço apresentado pelo diretor técnico da Emdagro, Jean Nascimento, atualmente, os 23 produtores envolvidos na exploração do cultivo do cacaueiro, numa área plantada de 30,8 hectares, têm expectativa para uma boa safra neste ano. “Esperamos que a safra 23, que inicia a partir da segunda quinzena do mês de agosto, seja em torno de 8,5 toneladas de amêndoas de cacau, que atualmente vêm sendo comercializadas no município de Santo Antônio de Jesus, no estado da Bahia”, finaliza. Por gov se

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