Em desdobramento da Operação Caronte, novas apurações resultaram na identificação de uma ossada humana. A investigação também corroborou com a verificação de que o investigado gravou o momento em que ateia fogo e que ainda visitava o corpo, já que havia imagens de diferentes estágios de decomposição. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Campo do Brito, e os exames periciais foram feitos pelos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). 

Nas novas investigações, de acordo com o delegado Murilo Gouveia, Erivânio Guilherme Ferreira de Assis, que foi preso na primeira fase da operação, foi identificado como autor de um homicídio. O corpo é justamente a ossada humana encontrada em fevereiro deste ano. A apuração resultou em um novo mandado de prisão.

Através de contato com o Instituto Médico Legal (IML), a autoridade policial requisitou exame antropológico a fim de identificar a vítima. Após exames, foi atestado que se tratava de Benedito Santos Souza, que estava desaparecido há meses. No laudo constatou-se que houve violência externa.

Como as suspeitas já recaiam sobre Erivânio, seus aparelhos celulares foram encaminhados ao Instituto de Criminalística para serem analisados no setor de Computação Forense. “Com a extração dos dados contidos nos celulares, foram encontradas fotos do corpo de Benedito em diferentes estágios de decomposição levando a crer que Erivânio visitava o corpo da vítima”, informou o delegado.

O perito Jorge Barreto explicou que foram analisados os celulares encaminhados à perícia. “Alguns estavam bloqueados e outros não funcionavam. Mas conseguimos extrair os dados e encontramos, em um celular, alguns vídeos de um corpo sendo carbonizado. Também identificamos características da pessoa que estava filmando”, revelou.

“Além do vídeo do corpo sendo carbonizado, a gente encontrou fotografias também já deletadas em outros celulares desse mesmo corpo, quando ele já estava em avançado estado de putrefação. E também enviamos isso para autoridade policial”, acrescentou o perito Jorge Barreto.

Outro investigado, José Francisco, um dos presos na primeira fase da operação, praticava tráfico de drogas. Assim, a Delegacia de Campo do Brito coletou elementos de informação que fundamentaram um novo mandado de prisão preventiva por tráfico de drogas fosse expedido pela Justiça.

Assim, a Delegacia de Campo do Brito deu cumprimento a dois novos mandados de prisão preventiva. As decisões judiciais foram cumpridas contra dois investigados que já haviam sido presos em setembro. Porém, as novas prisões são referentes ao tráfico de drogas e homicídios com características de execução na região.

Histórico

Na operação que ocorreu em setembro, foram presos três investigados – Erivânio Guilherme Ferreira de Assis, Ednaldo Ferreira de Assis e José Francisco de Jesus Andrade.

“Os três são investigados por tentativa de homicídio. No cumprimento das decisões judiciais, três pistolas, mais de 30 mil cigarros contrabandeados, veículos e diversos dispositivos móveis eletrônicos foram apreendidos. A apuração policial ocorreu com apoio da Divisão de Inteligência (Dipol)”, detalhou.

Diante das apreensões, foram realizadas duas prisões em flagrante pelo porte irregular de arma de fogo e receptação qualificada. Os investigados foram presos pelas equipes da Delegacia de Campo do Brito, Delegacia Regional de Itabaiana, Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e Departamento de Narcóticos (Denarc).

Operação Caronte

O nome da operação faz alusão à figura mitológica do barqueiro que carrega as almas dos recém-mortos, fazendo a travessia do rio que divide o mundo dos vivos e dos mortos. Como em alguns dos homicídios investigados as vítimas foram transportadas para locais ermos onde foram executadas, utilizou-se a figura como referência.

Fonte: SSP/SE

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