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Bricelet tem a sua importância histórica reconhecida em Sergipe

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Você conhece o bricelet? Feito à base de farinha de trigo, leite e ovos, o biscoito é mais do que uma iguaria culinária típica do município de São Cristóvão. Ele ajuda a contar a história de Sergipe. Por esse motivo, a Assembleia Legislativa buscou reconhecer a importância do bricelet aprovando no final de 2021 o projeto de lei que torna o biscoito parte do Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A proposta é uma iniciativa da deputada estadual Maria Mendonça (PSDB).

O bricelet é uma comida de origem suíça que chegou a Sergipe através das freiras beneditinas que atuavam na antiga Santa Casa de Misericórdia, em São Cristóvão. A unidade funcionava inicialmente como um hospital de caridade, tornando-se um asilo em 1911 e em seguida um orfanato em 1922. Com a extinção em Portugal das ordens religiosas em 1834, essas casas de caridade passaram a manter as suas atividades por meio da venda de produtos alimentícios, a exemplo do bricelet. Com o tempo, a iguaria deixou de ser apenas uma fonte de renda e passou também a fazer parte da história de São Cristóvão.

“A ideia de apresentar esse projeto na Alese reconhecendo o bricelet como Patrimônio surgiu a partir da percepção da importância dessa iguaria que ajudou a transformar vidas, garantindo sustento, inicialmente, das freiras beneditinas que viveram enclausuradas na Antiga Casa de Misericórdia, no município de São Cristóvão e, posteriormente, de famílias locais. Importante dizer que essa prática do feitio e comercialização desse produto, que é de origem suíça e se tornou referência para Sergipe e para o Brasil, também é um elemento que muito contribui para impulsionar a economia local”, ressalta a deputada Maria Mendonça.

De acordo com a presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo de São Cristóvão, Paola Santana, a cidade juntamente com Olinda, em Pernambuco, é um dos únicos locais onde se produz o bricelet no Brasil. Ela acredita que o reconhecimento da iguaria como um patrimônio sergipano vai contribuir para fortalecer o turismo na região, que atrai visitantes do país inteiro interessados em conhecer os elementos históricos que a cidade abriga.

“O bricelet é uma referência gastronômica. Tem gente que vem à cidade só para procurar o biscoito. Assim como outras comidas típicas de São Cristóvão, o bricelet é uma comida afetiva, que remete a um momento importante na vida das pessoas. Nós temos o biscoito como uma referência na nossa gastronomia. O bricelet por si só conta a história da cidade”, explica a gestora.

Desde 2017, o município estimula a participação de alunos da rede de ensino em um programa de estágio que tem como objetivo manter vivas as tradições e a história de São Cristóvão. Após passarem por um processo de capacitação, os adolescentes estão aptos a trabalhar como monitores em espaços públicos ligados ao turismo como igrejas, museus e pontos de apoio.

“Eles realizam uma capacitação para entender a importância histórica da cidade, a importância de cada espaço. Muitos desses alunos nunca tinham entrado em um museu. Hoje, eles têm a dimensão da importância histórica de cada lugar. É importante fazer esse trabalho com os jovens. Eles são multiplicadores. Com esse programa, temos atraído pessoas que são da própria cidade para conhecer os locais históricos”, relata a presidente da Fundação.

História

São Cristóvão foi fundada em 1º de janeiro de 1590, sendo a 4ª cidade mais antiga do Brasil, juntamente com Salvador, Rio de Janeiro e João Pessoa. Além da influência portuguesa e espanhola, o município também guarda marcas da invasão holandesa, que data de 1637. São Cristóvão foi a primeira capital da então Capitania de Sergipe, título que sustentou até 1855, quando houve a transferência da capital para a cidade de Aracaju.

A relevância histórica do município foi reconhecida por várias entidades, a exemplo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tombou em 1967 o conjunto urbano de São Cristóvão, além do tombamento individual de vários edifícios históricos que ficam na cidade. Em 2010, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu a Praça São Francisco como Patrimônio Mundial. O local abriga edifícios que datam da época da união entre as coroas de Portugal e Espanha, período que vai de 1580 a 1640.

“A nossa iniciativa se coaduna com o que preceitua a Unesco, que considera que o Patrimônio Cultural Imaterial abrange práticas e expressões vivas passadas de uma geração à outra. É isso que o bricelet representa para nós. Para além de ser um biscoito de massa fina e sabor inigualável, o bricelet tem história que atravessa gerações e continua sendo um importante elemento responsável por alavancar o turismo e, naturalmente, a economia do município e, consequentemente do Estado”, relata a deputada Maria Mendonça.

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