José Antônio dos Santos. Este é o nome de batismo do artista plástico Zé de Dome, natural do município de Estância, que se tornou conhecido internacionalmente no segmento das artes. O pintor nasceu em 1921 e se aproximou das telas a partir de 1939 quando decidiu morar na capital baiana, Salvador, após o falecimento de sua mãe. Na capital baiana exerceu ofícios de fiador, tecelão, ajudante de pedreiro, guarda-noturno, marceneiro e entregador de pão. Na época sua ambição era ser ator, porém não alcançou o objetivo desejado, e retomou às atividades com pintura ganhando conhecimento na área a partir da observação e leitura de livros sobre o assunto.

O artista se consagrou no ramo artístico além fronteiras com apreciações muito favoráveis da crítica especializada. Ao longo dos seus 40 anos ininterruptos de trabalho, Zé de Dome realizou inúmeras mostras (individuais e coletivas) em diversas cidades brasileiras. No exterior, por exemplo, apresentou suas obras na Espanha (Instituto de Cultura Hispânica), Peru (Galeria Portinari), em Portugal (Galeria de Arte do Cassino Estoril), na Inglaterra, como também nos EUA, México, França e na Nigéria.

Trajetória artística

Em Salvador, Dome se aproximou de figuras como o escritor Jorge Amado, artistas plásticos como Jenner Augusto e Carybé, além dos cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil e Dorival Caymmi. Vale ressaltar que vendeu sua primeira obra em 1945, por 200 cruzeiros. Em 1955, o artista realizou sua primeira exposição individual, na galeria Belvedere da Sé. Ainda na capital baiana o pintor recebeu o primeiro prêmio em 1956 e participou de sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, na Galeria Macunaíma, em 1961.

Um ano depois, em 1962, participou da exposição ‘Artistas do Nordeste’, desenvolvida em Salvador. Em 1963, expõe em Salvador, em Estância, Los Angeles e Aracaju. Esta última é patrocinada pela Prefeitura de Estância e por Hélio Amado, industrial sergipano amigo do artista. A consagração para Zé de Dome aconteceu em Cabo Frio (RJ) quando se apaixonou pelo local e ficou conhecido como uma figura querida na cidade. O artista permaneceu em Cabo Frio até a morte, em 1982, convivendo próximo aos pescadores e ao litoral (temas favoritos da sua arte) e se dedicando à pintura e à criação de corujas.

Galeria de Arte Zé de Dome

“O meu pai Oswaldo Santos foi pioneiro em molduras em Sergipe, por conta disso passou a conhecer vários artistas e, certa vez, um dos seus clientes sugeriu que ele abrisse um espaço físico com o intuito de reunir as obras que guardava em casa. Em uma grande oportunidade, a sobrinha de Zé de Dome conheceu meu pai e além de contar a história do artista entregou para ele algumas peças que trouxe de Cabo Frio. Sensibilizado com a trajetória e o legado do pintor sergipano meu pai decidiu abrir uma galeria e nomeá-la como Galeria Zé de Dome que funcionou por 40 anos no bairro Farolândia”, relata o curador e responsável pela Galeria Zé de Dome online, Marcelus Fonseca.

Um vasto acervo com obras do artista e de outras personalidades das artes plásticas pode ser apreciado através da Galeria de Arte Zé de Dome online: https://www.galeriazededome.com.br/.

Fonte: Alese

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