PF prepara cela especial para Bolsonaro, semelhante à usada por Lula em Curitiba

A Polícia Federal (PF) estruturou uma cela especial temporária para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso a Justiça determine sua prisão em regime fechado. O espaço foi montado na Superintendência da PF no Distrito Federal, em Brasília, e segue o mesmo modelo adotado para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando esteve preso em Curitiba entre 2018 e 2019.

Apesar de ser chamada internamente de “cela de Bolsonaro”, o ambiente não possui grades. Trata-se de uma sala adaptada para custódia individual de autoridades com prerrogativas especiais, contando com cama, mesa de trabalho, cadeira, televisão e banheiro privativo — estrutura semelhante à utilizada por Lula durante os 580 dias em que permaneceu detido no âmbito da Operação Lava Jato.

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A preparação atende a exigências legais que garantem a ex-presidentes da República um tratamento diferenciado em caso de prisão. Situação semelhante já havia ocorrido com Fernando Collor de Mello, que também ficou custodiado em espaço adaptado, em Alagoas.

Atualmente, Bolsonaro cumpre recolhimento domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, a PF se antecipou a um possível cenário de prisão preventiva ou condenação em regime fechado, diante do avanço das investigações sobre a tentativa de golpe relatada por militares e ex-auxiliares.

Relembre o caso de Lula

Em abril de 2018, após a rejeição de um habeas corpus pelo STF, o juiz Sergio Moro decretou a prisão de Lula, então condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

Moro determinou que o ex-presidente se apresentasse à Polícia Federal até 6 de abril, mas Lula permaneceu no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista e só se entregou no dia 7, após uma missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia.

A prisão foi cumprida de forma diferenciada: Lula foi levado a uma sala especial de 15 m² na sede da PF em Curitiba, em respeito ao cargo que havia ocupado. O episódio gerou grande repercussão política e jurídica e deu origem ao movimento “Lula Livre”.

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