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Especialista explica importância de diagnosticar e tratar o ceratocone

Image por azerbaijan_stockers no Freepik

Criada para conscientizar a população sobre o ceratocone, a campanha Junho Violeta busca disseminar as formas de prevenção à doença oftalmológica que, se não tratada, por causar cegueira. Caracterizada pelo afinamento da córnea, que fica com formato semelhante a um cone, a doença tem origem genética e pode ser agravada com o simples hábito de coçar os olhos. Pelo menos uma a cada 2 mil pessoas no Brasil, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), são acometidas pelo problema.

Especialista no tratamento de ceratocone e pioneiro em técnicas cirúrgicas para o tratamento da doença em Sergipe, o oftalmologista Allan Luz explica que crianças e adolescentes são os mais atingidos pela doença, visto que nesta fase da vida, há uma instabilidade da córnea. “Os jovens coçam bastante os olhos e existe uma instabilidade na córnea. Ela é mais frágil quando você é mais jovem e, por isso, está sujeita à fissuras que podem provocar problemas de visão. Quanto mais velho você vai ficando, mais resistente a córnea fica, o que reduz as chances de ser acometido pela doença”, detalha.

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Oftalmologista Allan Luz destaca a importância do diagnóstico precoce (Foto: arquivo pessoal)

Allan Luz, que também é presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia (SSO), destaca que o primeiro indício da ceratocone é a visão embaçada. Por causa disso, muitas vezes, o paciente procura um oftalmologista para trocar o grau do óculos. Mas ainda assim, o problema não é resolvido e a tendência é que haja um aumento gradativo, que pode levar à cegueira. “A doença pode ser suspeitada nos exames básicos do consultório e pode ser confirmada através de um exame chamado topografia da córnea. É um exame faz o mapeamento da córnea e mostra claramente a presença da doença ou não”, revela.

Outros fatores de risco para a ceratocone, além do ato de coçar os olhos, que pode causar fissuras nas córneas, são a alergia ocular e, sobretudo, o histórico familiar. “Nós vemos muitas pessoas com ceratocone e, quando vamos investigar, descobrimos, por exemplo, que o irmão também tem ceratocone. Estudamos pais, primos ou parentes próximos também é comum que eles tenham a doença. Às vezes, há uma rede de pessoas que têm essa predisposição”, alerta.

Consultas regulares

Incentivar a procura regular de um oftalmologista pode levar ao diagnóstico precoce. O ceratocone não possui cura, porém quanto mais cedo ele for descoberto, mais fácil será o tratamento. “No caso do ceratocone, quando não diagnosticado ou tratado, o paciente perde a visão ainda muito jovem. É uma perda visual que acontece muito cedo, comprometendo o desenvolvimento social, profissional e psicológico da pessoa. Por isso, é tão importante o diagnóstico precoce e o tratamento”, explica o Dr. Allan Luz.

Ainda de acordo com o oftalmologista, apesar de já existirem procedimentos cirúrgicos modernos como opção de tratamento, em alguns casos, a indicação é o transplante de córnea. “Através do transplante da córnea, pode ser revertido o mal causado pelo ceratocone, no sentido de perder a visão, porque você vai reverter o quadro visual. Porém, não se pode falar que o transplante da córnea vai curar a doença, ela ainda pode voltar na córnea transplantada. Quem tem a doença precisa estar alerta para os cuidados ao longo de toda a sua vida”, ressata.

“Muitas vezes, a gente acha que coçar os olhos é um ato inocente e simples, que não vai causar mal nenhum, mas vai. E essa conscientização também precisa vir do médico, que deve orientar o paciente em relação a esse hábito. A procura pelo consultório oftalmológico não pode ser só questão de troca de óculos. O grande mal que nós temos hoje em dia também é o fato de que pessoas, que não são médicos, estão fazendo a troca de óculos em óticas. O que não faz bem, porque não têm o exame completo. Isso é questão de saúde pública”, finaliza Allan Luz.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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