O campus Lagarto vai retomar as obras referentes à acessibilidade. A ordem de serviço foi assinada reitor da UFS, professor Valter Santana, no último dia 4, em solenidade em São Cristóvão. As obras têm prazo estimado de 120 dias e investimento de cerca de R$ 354 mil. Essa ação, no entanto, não é isolada. Faz parte de um conjunto estratégico da Universidade e de ações direcionadas no campus para tornar o local mais diverso e inclusivo, não apenas para pessoas com deficiência motora, mas também visual, auditiva e intelectual.
O pró-reitor de Assuntos Estudantis, professor Marcelo Mendes, ressalta que é necessário ter uma visão abrangente do significado de acessibilidade. “As ações sobre acessibilidade são pensadas de forma estratégica e fazem parte do PDI [Plano de Desenvolvimento Institucional]. O objetivo é pensar de forma planejada a necessidade de acessibilidade e inclusão. Até mesmo porque acessibilidade não se resume a obras. Existem outras demandas, por exemplo, como provas ampliadas para pessoas com deficiência visual”, explica
Ele destaca as particularidades do campus Lagarto. “É um campus recente, que já começou com a maior parte das estruturas internas já feitas de formas adequadas às regras de acessibilidade”, observa.
As obras fazem parte de um esforço integrado da Universidade sobre inclusão e acessibilidade. A coordenadora da Divisão de Ações Inclusivas (Dain), Lavínia Teixeira, que é também docente do Departamento de Educação em Saúde do campus Lagarto, destaca as mudanças ocorridas ao longo dos anos no campus, que conta com 31 discentes ingressantes pela cota para estudantes com deficiência (o número não contabiliza os ingressantes de 2022). Em toda a Universidade, a Dain atende cerca de 200 discentes.
“Tivemos muitos avanços de adaptação arquitetônica no campus (piso tátil, totem, banheiros acessíveis, adaptações nos laboratórios para os alunos que usam cadeira de rodas. Tivemos muito avanço também no entendimento do corpo docente e do corpo técnico do campus Lagarto acerca do direito adquirido para o aluno com deficiência fazer o curso que ele deseja cursar, independentemente do tipo de deficiências e das barreiras que o aluno ou a aluna encontram em relação ao acesso, seja ele física, comunicacional, educacional ou atitudinal”, comenta.
Um desses alunos é Ulisses Freitas, do curso de Medicina. Paratleta, ele entrou no campus em 2019 e já percebe melhorias. “Utilizo cadeira de rodas para a minha locomoção. Acho que uma mudança positiva foi a instalação das rampas no estacionamento. Preciso ir no meu carro e a única forma de descer e ir para o campus era através do Censip. Era a única rampa que tinha. Agora, foram feitas duas rampas laterais ao prédio departamental. Isso facilitou muito a minha vida”, pontua.
Ele afirma que sempre recebeu atenção em relação às suas demandas no campus Lagarto. “Desde 2019, o campus sempre me procurou, sempre perguntou se eu precisava de alguma coisa. Sempre me escutou e perguntou o que eu precisava em termos de acessibilidade”, pontua. O discente está otimista com as obras que serão retomadas. “Isso é muito bom porque a pessoa com deficiência procura independência. Vai ser muito também para outras pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que venham a estudar no campus Lagarto”, avalia.
Ana Laura Farias
Campus Lagarto