A Polícia Civil de São Paulo deflagrou mais uma fase da Operação Chapelier, que investiga desvios de recursos no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas), que tinha como presidente o ex-deputado federal Valdevan Noventa. A ação policial, que acontece nesta quinta-feira (20) e cumpre mandados de busca e apreensão, ocorre em Umbaúba e Aracaju.
De acordo com o delegado Fábio Darelli, da Polícia Civil de São Paulo, o objetivo da operação é a coleta de novas provas do desvio feito por meio do sindicato, quando Vendaval era o presidente. “A ideia é colher mais provas e elementos para comprovar essa organização criminosa que tomou conta do Sindicato de Motoristas e Cobradores de São Paulo”, detalhou.
Conforme o delegado paulista, são seis mandados de busca e apreensão, tanto em Sergipe, quanto em São Paulo. “A operação é para finalizar essa organização criminosa e tentar retomar os valores, começando a focar nos bens das pessoas que estão envolvidas. Em Umbaúba, encontramos três carros novos que somados o valor chega a R$ 600 mil, além de celulares, documentos e relógios. Tudo isso vai ser objeto de investigação”, acrescentou.
O delegado Roberto Monteiro, também da Polícia Civil de São Paulo, afirma que o trabalho busca investigar investigar a atuação de um suposto grupo criminoso. “Estamos investigando essa organização há um ano e meio. Essa é a segunda fase desta operação em Sergipe. Estamos contando com o apoio imprescindível das polícias Civil e Militar de Sergipe. E hoje estamos cumprindo esses mandados para juntar provas desse grupo criminoso”, ressaltou.
Ainda segundo Monteiro, as investigações da Polícia Civil já possuem relatório técnico de desvios de vultosas quantias, que passam de R$ 30 milhões anuais, apenas de um alvo. “Fora de outros alvos, como também pessoas jurídicas ligadas ao sindicato. As empresas de ônibus são obrigadas a contratar certas empresas que oferecem algum serviço, e essas repassam recursos ao sindicato”, revelou.
Roberto Monteiro também lembrou que em São Paulo há o subsídio ao transporte coletivo por parte da Prefeitura. “A previsão para este ano é de R$ 5 bilhões até o final de 2022 para o transporte coletivo. E, infelizmente, esse dinheiro que era para beneficiar a população é em parte desviado para esse grupo criminoso que se instalou em um sindicato de trabalhadores”, informou, ressaltando o prejuízo à população paulista.
O delegado também reiterou que a atuação desse grupo criminoso também gera impacto em Sergipe. “Até porque Valdevan era uma pessoa desconhecida em Sergipe até 2016. Apesar de ter suas origens no estado. Ele voltou utilizando recursos públicos desviados, fez a campanha dele e acabou sendo cassado, por utilizar recursos ilegais. A Justiça Eleitoral considerou inelegível e está com os direitos políticos suspensos”, relembrou Monteiro.
Com informações da SSP